sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Delete de bolso


Uma singela e fantástica idéia. O "designer" que criou esta peça é brilhante.
Mas ele não imaginou a magnitude da coisa.

Poxa é ideal para deletar a sogra, os colegas bêbados que te consideram pra caralho, todos os participantes, produtores e diretores do BBB, filha de ministro, pop stars que vendem mais tablóides que seus próprios discos, clientes mala que agora acham o viralzinho e o mobile mkt são a salvação da comunicação e principalmente nossos governantes.

Já pensou, puxa do bolso e apaga, deleta! Finito...

E mais: não dá pau, não requer updates e não acaba a bateria no meio do processo.

Genial.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

JUNO


Dias desses fui assistir JUNO, o filme sensação da temporada.
Ouvi críticas fantásticas quanto ao roteiro, atuações surpreendentes e todo aquele blá-blá-blá que a imprensa cabeça escolhe uma vez por ano.

O filme nem é tudo isso, na boa. Falando em roteiro, o que vem à cabeca em termos de brilhantismo é Kauffman, Gondry, Tarantino das antigas, enfim.

Nem vou entrar no mérito da obra. Vá lá, o filme é bacaninha.

Mas o que mais me tocou foi a "relação" do casal adulto do filme. (aqueles que querem adotar o bebê).

O cara é um trinta e muitos, bem sucedido, boa praça e que curte filmes de terror e o bom e velho racnroll.

E a garota, além de linda e perfeita, também é bem sucedida.
A gata inclusive é um poço de “generosidade”.

E mais uma vez fica claro a disputa mais acirrada
de todos os tempos: egoísmo X generosidade.

Ambas são ruins, auto-destrutivas e nocivas.

A Ninja Cerebral em questão, liberou um canto da enorme mansão em que vivem, para o “Smell Like Teen Spirit” guardar suas tranqueiras e lixos de adolescência. Que na opinião dela, ele reluta em abandonar.

Entre outras coisas, escolheu sozinha a cor do quarto baby, bem como todos os penduricalhos do aposento. Tudo bem, isso é coisa de mulher certo?

Resignado, o personagem vai segurando a onda. E dando, dando e dando para a esposa toda a felicidade que a moçoila espera de um marido dedicado.

Mas aí, o cara encontra na personagem da "mocinha da história" (Juno) um espelho da sua juventude perdida enquanto ralava para ser um profissional bacanudo e gerar todas as exigências da patroa descolada e assim abdicar de ser um pop star. Vira um compositor de jingles publicitários.

Resultado:
um belo dia pula fora com sua Fender e vai morar num loft na downtown.

Não estou defendendo o cara, pelo amor de deus, como diria Nietzsche existem sempre três verdades: a minha, a sua e a verdadeira.

Mas mulheres, parem de enxergar o próprio umbigo. O nível de egoísmo de vocês está se tornado crônico, viral, para não dizer cruel.

Vocês conquistaram muitas coisas. E, merecidas. Diga-se de passagem.

Tá certo, nós sempre fomos os filhos da puta, bambinos crescidos, beberrões, com testerona explodindo nas veias.

Mas surpresa: temos vida própria. Nao somos um satélite gravitando em torno do seu mundo. Podemos até gostar de coisas “escrotas”, de música alta, berrada e distorcida, de camiseta velha da banda favorita, comer junky- food fora de hora e deixar a toalha molhada em cima da cama.

Nem por isso amamos menos, deixamos de valorizar o seu dia-a-dia ou de ser ótimos pais, namorados, maridos e amigos. Gatas, não vivemos sem vocês. Mas nosso mundo é grande, e queremos dividi-lo ao meio e não apenas herdar um quartinho nos fundos.